As fontes de energia não renováveis vêm passando, no decorrer dos anos, por crises com relação a elevação do seu preço e o impacto ambiental por elas gerado. É perceptível, hoje, que o uso exacerbado de combustíveis, principalmente de origem fóssil, impacta friamente e de forma avassaladora a natureza. Diante de tais preocupações, a sociedade é levada a buscar, produzir e utilizar fontes alternativas de energia. Dessa necessidade surge o etanol celulósico - Bioetanol. Esse biocombustível é gerado através do reaproveitamento de resíduos orgânicos, onde utiliza-se da porção lignocelulósica desses resíduos para produção de açúcares fermentescíveis, que posteriormente serão transformados, com o auxílio da fermentação, em álcool. Há uma variedade de resíduos lignocelulósicos disponíveis no meio ambiente, dentre eles, podem ser citados os resíduos da fruticultura. O Brasil, que já foi o terceiro maior produtor de frutas do mundo, possui uma variedade impressionante dessas. A manga (fruto da Manguifera indica), mesmo sendo uma fruta originária da Índia, encontrou aqui condições favoráveis para o seu desenvolvimento. Um fato importante é que partes como caroço e casca dessa fruta, aproximadamente 40% da massa total, não são utilizados para consumo. A casca da manga, no entanto, apresenta-se atrativa em sua composição para a produção do bioetanol. Esses açúcares complexos precisam passar por processos de quebra para tornarem-se açúcares passíveis de fermentação. Utilizam-se, assim, algumas rotas para realizar essa quebra. A hidrólise ácida com ácidos diluídos é uma dessas rotas. No entanto, como em todas as reações químicas, existem fatores que podem retardá-las ou acelerá-las. Assim, o objetivo do trabalho centrou-se na produção de bioetanol através da hidrólise ácida da casca da manga, bem como a observação de fatores que influenciam no processo de hidrólise, como a granulometria e agitação magnética. Para o estudo granulométrico utilizou-se como base a NBR 7211/2005. Já para o estudo sobre o fator de agitação magnética sobre a hidrólise, realizou-se inicialmente um planejamento fatorial com os 4 fatores: tipo do ácido (HCl), concentração (0,10%), tempo (90 minutos) e temperatura (80 °C). Como principais resultados, observou-se que a granulometria de 2,36 mm apresentou um melhor rendimento na conversão dos açucares fermentescíveis, obtendo assim 26,334 g/L. Porém, quando comparado ao valor de açúcares da casca da manga in natura, percebe-se que não foi possível obter aumento considerável na quantidade de açúcares transformados, observando pelo Teste Tukey que não há diferença significativa entre esses resultados. Já para hidrólise com auxílio da agitação temos uma quantidade de 38,386 g/L, enquanto que sem agitação temos 28,847 g/L. Ainda, comparando com a quantidade de açúcares in natura, obtemos um aumento de 5,06%, possuindo diferença significativa pelo Teste Tukey, mostrando resultados positivos quanto a produção de bioetanol e encaminhamentos para pesquisas futuras.
Comissão Organizadora
Thaiseany de Freitas Rêgo
RUI SALES JUNIOR
Comissão Científica
RICARDO HENRIQUE DE LIMA LEITE
LUCIANA ANGELICA DA SILVA NUNES
FRANCISCO MARLON CARNEIRO FEIJO
Osvaldo Nogueira de Sousa Neto
Patrício de Alencar Silva
Reginaldo Gomes Nobre
Tania Luna Laura
Tamms Maria da Conceição Morais Campos
Trícia Caroline da Silva Santana Ramalho
Kátia Peres Gramacho
Daniela Faria Florencio
Rafael Oliveira Batista
walter martins rodrigues
Aline Lidiane Batista de Amorim
Lidianne Leal Rocha
Thaiseany de Freitas Rêgo
Ana Maria Bezerra Lucas